Lixo eletrônico: Apple perde a certificação ambiental de 39 modelos de computador

O gênero
de resíduos que mais cresce no mundo é o lixo eletrônico, ou seja, pilhas,
baterias e tudo o que precise de eletricidade para funcionar (computadores,
televisores, aparelhos de som,etc). Os obsessivos lançamentos de novos produtos
e o encurtamento da obsolescência programada (equipamentos projetados para
durar pouco) são responsáveis por ...
uma “tsunami” de lixo eletrônico que já ultrapassou 50 milhões de toneladas/ano em todo o mundo.
uma “tsunami” de lixo eletrônico que já ultrapassou 50 milhões de toneladas/ano em todo o mundo.
Para reduzir
o volume de lixo – e facilitar o reúso ou a reciclagem dos componentes – os
Estados Unidos criaram uma certificação ambiental para produtos eletrônicos
(EPEAT http://www.epeat.net ) que valoriza, entre outras iniciativas,
eficiência energética, maior facilidade para desmontar o equipamento após o
descarte e segurança na segregação dos componentes tóxicos.
Segundo
reportagem do Wall Street Journal (http://on.wsj.com/M2tLpV), o Governo dos
Estados Unidos exige que 95% dos produtos eletrônicos adquiridos com recursos
públicos sejam certificados pelos padrões da EPEAT. Também seguem a
certificação grandes empresas como a Ford e HSBC. Duzentas e vinte e duas das
mais importantes universidades norte-americanas também dão preferência a
computadores certificados pelo EPEAT.
Pois a
mesma reportagem informa que um funcionário da Apple avisou, no final de junho
ao Diretor Executivo da EPEAT,Robert Frisbee, que a orientação de design da
empresa não era mais compatível com as exigências da EPEAT, e que por isso,
pediu para tirar da lista de produtos sujeitos à certificação ambiental 39
computadores desktop, monitores e laptops (incluindo alguns modelos MacBook Pro
e MacBook Air).
Foi a
segunda vez em menos de três meses que a Apple desapontou seus seguidores mais
antenados com os assuntos na sustentabilidade. No último mês de abril a empresa
apareceu como vilã em um relatório do Greenpeace que avaliou as fontes de
energia mais utilizadas pelas gigantes da TI. O relatório “How clean is your
cloud?” (“O quão limpa é a sua nuvem?”, disponível em http://bit.ly/J5Kj4z )
informou que mais da metade da energia que mantém a estrutura da Apple
funcionando tem origem em combustíveis fósseis, principalmente o carvão
mineral.
Completando
a onda de notícias ruins que alcançam a maçã de Steve Jobs, um relatório
recente produzido pelo Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática da
Universidade de São Paulo (USP) avaliou os esforços realizados pelas empresas
que atuam no Brasil para recuperar os equipamentos que são descartados como
lixo. Pela atual Lei Nacional de Resíduos Sólidos, essas empresas são obrigadas
a promover a logística reversa, ou seja, a recuperação desses produtos quando
eles são descartados como lixo. A Apple (juntamente com Samsung, Sony, IBM,
Proviews e Brother) aparece na lista negra do relatório, justamente entre as
empresas que não se prontificam a buscar o resíduo (quando o usuário está
pronto para descartá-lo como lixo), nem aceitá-lo quando entregue em uma de
suas lojas.
Fonte: G1 – Coluna Mundo Sustentável
André Trigueiro
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